As eleições ocorridas em 2022 foi, sem dúvidas, uma das corridas eleitorais mais polarizadas já vistas no Brasil, com isso muitos se perguntam quais os Impactos do Governo Lula nas PMEs (Pequenas e Médias Empresas).
E se o resultado trouxe alívio para uma parcela da sociedade, que discordava das medidas e posturas adotadas por Jair Bolsonaro, deixou também outra parte da sociedade apreensiva com as medidas que podem ser tomadas pelo atual Presidente.
Em meio a isso tudo, a pergunta que praticamente todos os empreendedores se fazem é: Como isso pode afetar o meu negócio?
É sobre isso que vamos falar aqui.
Antes de qualquer coisa, é importante entendermos um pouco do cenário econômico atual.
Contexto Econômico encontrado pelo Governo Lula
O mundo inteiro está tentando se recuperar da crise causada pela pandemia de Covid-19, isso obviamente envolve o Brasil.
Com uma inflação acelerada, medidas foram tomadas no âmbito da política monetária do Banco Central do Brasil para tentar desestimular o consumo, dentre elas o aumento da taxa de juros a 13,75%, com vista a encarecer o crédito e com isso reduzir o consumo.
O próprio governo que findou-se em 31 de dezembro de 2022, lançou mão de diversas medidas que visavam apoiar os pequenos e médios empreendimentos.
É o caso por exemplo da medida provisória que traz a desoneração da alíquota dos Pis e Cofins sobre combustíveis.
Medida está mantida pelo novo governo, ao menos por enquanto.
Mas, indo direto ao ponto, o que você, pequeno ou médio empreendedor deve esperar do novo governo?
Impactos do Aumento do Consumo
Uma das promessas de campanha do atual presidente, foi devolver a população o poder de consumo corroído pela alta da inflação em contraste com a defasagem salarial instalada desde 2019.
Para cumprir tal promessa, uma das medidas que devem ser tomadas pelo novo governo é o aumento do salário-mínimo passando dos R$ 1.302,00 aprovados no governo anterior para R$ 1.320,00.
Representando um reajuste que beira os 3% acima da inflação, o primeiro em 4 anos.
Além disso, será mantido o Auxílio Brasil de R$ 600,00 para as famílias carentes, voltando a chamar-se de Bolsa Família.
Por este ângulo, se o seu empreendimento faz parte do segmento de consumo cíclico como hotéis, restaurantes, utilidades domésticas, vestuários, beleza etc. Ótimo!
A tendência é de que o seu faturamento aumente na medida em que tal promessa de campanha seja posta em prática.
No entanto, como veremos mais a frente, essa medida pode representar uma “faca de gumes”.
Projeto Casa Verde e Amarela trará impactos econômicos
Enquanto o governo anterior havia enviado ao congresso proposta que previa o corte de 95% do orçamento destinado ao programa de habitação social denominado Casa Verde e Amarela (antigo Minha Casa Minha Vida), o novo governo deverá manter e até mesmo expandir o valor.
Isso sem dúvidas causará impactos positivos em um setor tido como o termômetro da economia, o setor de construção civil.
Por meio destes investimentos milhares de empregos diretos e indiretos serão gerados e/ou mantidos, sem contar as oportunidades de negócio geradas para empresas de diversos segmentos, do setor de saúde até o setor de alimentação e tecnologia.
O custo da elevação do poder de consumo e de benefícios sociais
A frase “não existe almoço grátis” cai muito bem ao cenário atual.
Afinal, qual o preço a pagar por isso?
Consequências da manutenção e aumento da renda mínima
Bem, você já deve ter escutado um termo chamado “Previdência Social” ou “aposentadoria” por aí.
Pois é, é justamente ela a grande “vilã” da história do aumento do salário-mínimo.
Inclusive, não, ao contrário do que você pensa isso não representa automaticamente uma redução dos seus lucros.
Isso porque com uma precificação correta, os aumentos dos custos salariais e previdenciários ou ao menos a sua maior parte serão repassados ao consumidor final por meio do preço dos produtos e serviços.
Mas voltando ao salário-mínimo, ele não é uma referência apenas para os pagamentos da massa trabalhadora ativa, serve também como base para pagamento das pensões e aposentadorias, tanto de servidores públicos aposentados, quanto de ex-trabalhadores do setor privados.
Isso significa que ao aumentar o salário-mínimo o Estado aumenta a sua própria despesa com pessoal, mas principalmente com as aposentadorias e pensões.
Para arcar com o aumento de gastos públicos que se aproxima, o novo governo já deixou claro que excederá o teto de gastos em R$ 145 bilhões, que serão destinados ao custeio do Auxílio Brasil.
É evidente, mas vou reforçar: o governo precisará de mais recursos, em outras palavras, de mais impostos ou de mais empréstimos.
Em ambos os casos a conta chegará para alguém.
Reforma Tributária
Um dos compromissos incorporados do governo anterior é o de tornar o sistema tributário mais simples e transparente.
Isso, no entanto, não será tarefa fácil haja vista as diversas esferas tributárias existentes (municípios, estados e governo federal).
Se e quando aprovada, a reforma tributária tende a trazer mais competitividade para a economia do país ao passo em que unifica os diversos e complexos tributos e suas declarações acessórias.
Relações Internacionais
Uma das principais marcas do governo de Jair Bolsonaro foi o nacionalismo exacerbado, que por sua vez prejudicou muito a imagem do país no exterior, afetando seriamente as relações comerciais com diversos países.
Com a postura mais “linear” e previsível do Presidente Lula, aliada ao consenso com os demais poderes que compõe o Estado a confiança internacional na economia brasileira deve aumentar enquanto o risco brasil diminui, surgindo assim mais possibilidades de negócios.
A Sombra do Risco Fiscal
Este é sem dúvidas o maior temor quanto as ações do novo governo.
Que os gastos do governo vão aumentar é um fato irrefutável, isso pela própria postura neossocialista do mandatário e seus aliados mais próximos.
Porém, a incerteza reside em saber em quanto estes gastos serão elevados e o quão isso será benéfico ou não.
Ainda é cedo para taxar qualquer estimativa real, porém considerando o próprio cenário atual da economia brasileira e as alianças políticas formadas pelo governo Lula, é possível que haja moderação ou ao menos razoabilidade nos gastos públicos.
Conclusão
No momento em que escrevemos estas palavras, a incerteza continua.
Na verdade, a incerteza, é uma companheira fiel dos empreendedores brasileiros.
É aquela visita indesejada que insiste em bater aporta corriqueiramente, fazendo-nos lembrar o quanto é importante mantê-las fechadas.
Independente do desenrolar dos próximos capítulos desta “novela”, é importante que os pequenos e médios empreendedores não entreguem a sorte dos seus negócios a este ou a aquele governo.
Ser empreendedor é ser um vetor de mudanças por si só, mas sem fechar os olhos para a história que está em movimento diante dos nossos olhos.
E para contar a sua história e a do seu negócio, você pode e deve sempre contar conosco. Que este seja mais um ano de vitórias!
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