Você finalizou a sua declaração do IR de 2025 e, agora que respirou fundo, começa a se perguntar: “Será que eu poderia ter pago menos?”. Se essa dúvida passou pela sua cabeça, saiba que você não está sozinha.
Como vimos em nosso último artigo da EFIZ (e vale muito à pena dar uma olhadinha), muitas psicólogas enfrentam o mesmo desafio: lidar com a tributação de forma reativa, só quando chega o prazo final, e acabam deixando de aproveitar deduções importantes, aquelas que poderiam reduzir consideravelmente o imposto a pagar ou aumentar a restituição.
Esse cenário ocorre porque, no meio da rotina de atendimentos, plantões, supervisões e demandas administrativas, a organização fiscal acaba ficando em segundo plano. E isso é super compreensível.
Mas a boa notícia é que você não precisa estar presa a esse ciclo, podendo montar uma estratégia muito mais inteligente em 2026, e a chave está justamente em começar agora, logo após a declaração do IR de 2025. É por isso que pensamos nessa dica.
Este guia é um convite para olhar para as deduções com mais clareza, sem jargões técnicos e sem sustos — com foco na sua realidade como psicóloga.
O que são, afinal, as deduções do IR?
De forma direta para economizar seu tempo: deduções são valores que você pode abater da sua base de cálculo do imposto. Em vez de pagar imposto sobre tudo o que recebeu, você informa à Receita Federal que teve gastos relacionados ao exercício da sua profissão (ou à sua vida pessoal, em alguns casos), e isso reduz o valor final do tributo.
Para psicólogas autônomas — que atuam como pessoas físicas — essas deduções são ainda mais relevantes. Isso porque, sem uma estrutura adequada (como uma PJ), o peso dos impostos pode chegar a 27,5% sobre a renda, além da contribuição ao INSS. Nesse cenário, toda dedução válida conta. E muito.
As deduções específicas para psicólogas
Vamos direto ao ponto: o que uma psicóloga pode deduzir do seu IR? É crucial entender que as deduções se dividem em dois tipos principais: aquelas relacionadas à sua atividade profissional (dedutíveis no Carnê-Leão mensal) e as deduções legais gerais (aplicáveis na Declaração Anual de Imposto de Renda).
As despesas abaixo são dedutíveis na apuração do Carnê-Leão mensal para psicólogas autônomas, reduzindo a base de cálculo do imposto devido sobre os rendimentos recebidos de pessoa física:
- Despesas com o consultório ou espaço de atendimento: Se você aluga uma sala para atender, esse valor pode passar por dedução. Da mesma forma, contas como água, luz, condomínio (proporcional ao uso profissional), e até mesmo internet podem entrar na conta — se devidamente comprovadas e se o espaço for usado exclusivamente para a atividade profissional.
- Despesas com materiais e serviços usados no exercício profissional: Isso inclui desde papel, canetas e impressões até plataformas de agendamento, prontuário eletrônico ou outras ferramentas digitais usadas no dia a dia. Se são essenciais para sua atuação, são dedutíveis.
- Pagamentos de INSS como contribuinte individual: Um dos pontos mais importantes! O valor que você contribui mensalmente para o INSS como autônoma (contribuinte individual) é 100% dedutível em sua declaração do IR. Muita gente esquece ou não sabe disso, perdendo uma grande oportunidade de economia.
- Honorários pagos a outros profissionais, como supervisoras ou terapeutas pessoais (desde que com recibo): Muitos profissionais da psicologia continuam em terapia ou em supervisão clínica. Se esse for um serviço formal e houver recibo, pode entrar na sua declaração.
- Despesas com plano de saúde (em algumas situações específicas): Aqui há um cuidado. Se o plano for exclusivamente voltado à atividade profissional (por exemplo, um plano empresarial para você e sua equipe), pode haver margem para dedução parcial. Mas se for um plano pessoal, a dedução acontece em outra ficha da declaração, e não como despesa da atividade.
- Cursos, Congressos e Seminários: Inscrições em eventos, cursos de especialização, workshops, e aprimoramento que sejam diretamente ligados à sua área de atuação como psicóloga. Guarde os comprovantes de inscrição e certificados.
Além das despesas da sua atividade profissional, existem outras deduções que podem ser aplicadas diretamente na sua declaração do IR, independentemente se você é autônoma ou tem carteira assinada.
Essas são as chamadas deduções legais, que podem diminuir o valor do imposto a pagar ou aumentar sua restituição:
1. Despesas com Saúde: Sem limite de valor, você pode deduzir gastos com saúde, desde que devidamente comprovados com notas fiscais ou recibos. Isso inclui:
- Consultas médicas, odontológicas, psicológicas e psiquiátricas (suas e de seus dependentes).
- Exames laboratoriais e de imagem.
- Internações hospitalares.
- Valores pagos a planos de saúde.
- Cirurgias e tratamentos, inclusive realizados no exterior.
2. Despesas com Educação: É possível deduzir gastos com educação, limitados a R$ 3.561,50 por pessoa (seja o próprio contribuinte ou um dependente). Essa dedução se aplica a:
- Educação infantil (creche e pré-escola).
- Ensino fundamental e médio.
- Ensino superior (graduação, pós-graduação, mestrado e doutorado).
- Cursos técnicos e tecnológicos (cursos de idiomas ou preparatórios para concursos e vestibulares não entram nessa lista).
3. Dependentes: Para cada dependente incluído na sua declaração, você pode deduzir um valor fixo de R$ 2.275,08. Os critérios para ser considerado dependente são definidos pela Receita Federal, mas incluem, por exemplo, filhos até 21 anos (ou até 24 anos se estiverem cursando ensino superior ou técnico).
Há seguramente outros casos específicos quando pensamos em deduções, mas uma regra não muda: para qualquer despesa ser dedutível, ela precisa ser comprovada. Isso significa recibos, notas fiscais ou comprovantes bancários organizados ao longo do ano.
Organização é o nome do jogo (e começa agora)
A maioria das psicólogas que se frustra com o IR é aquela que deixou para organizar tudo nos últimos dias do prazo, ou só buscou uma contadora quando a Receita já estava batendo na porta. Para que o IR de 2026 seja diferente, a hora de agir é agora.
Criar uma rotina simples de organização fiscal vai fazer toda a diferença. E não precisa ser complexo. Você pode, por exemplo:
- Ter uma pasta digital com os comprovantes de cada mês;
- Salvar os recibos de aluguel e contas do consultório;
- Registrar os atendimentos pagos, com datas, valores e forma de recebimento;
- Usar uma planilha ou aplicativo simples para acompanhar sua receita mensal e seus gastos dedutíveis.
Esse movimento parece pequeno, mas muda tudo. Com esses dados organizados, seu contador pode fazer projeções ao longo do ano, sugerir ajustes e até identificar o momento certo para migrar para um modelo de pessoa jurídica, se for o caso.
IR para psicólogas: por que pensar além da declaração?
A declaração do IR é apenas a fotografia do que já aconteceu. Ela não resolve problemas, apenas os apresenta com frieza. Por isso, cada ano de IR mal aproveitado representa uma oportunidade perdida.
É por isso que, quando falamos de IR para psicólogas, a conversa precisa ir além da obrigação de declarar. Estamos falando sobre construir um modelo de atuação profissional mais sustentável e menos tributado. E isso pode ser uma baita estratégia.
Se você já atua com um CNPJ, a dinâmica das deduções muda, e drasticamente em alguns casos. Na PJ, o imposto incide sobre o faturamento ou lucro presumido, e as despesas da empresa impactam indiretamente seus impostos e diretamente seu lucro. Mas os detalhes disso é papo para um próximo artigo da EFIZ.
Se você sente que está sempre apagando incêndio, que paga muito imposto sem entender o porquê, ou que nunca sabe o que pode ou não deduzir, talvez seja a hora de transformar esse cenário.
E se em 2026 você pagasse menos?
Imagine chegar no próximo ciclo de IR com tudo organizado. Com os comprovantes em dia, clareza sobre quais gastos são dedutíveis, um acompanhamento contábil ao longo do ano, e não só nos últimos dias da data limite. Imagine, ainda, ter à sua disposição simulações comparando o modelo atual com uma possível migração para PJ.
Essa é a proposta de um planejamento contábil estratégico. E fazemos isso, modéstia à parte, com muito zelo aqui na EFIZ. Não se trata apenas de uma declaração do IR correta, mas de entender, organizar e decidir com inteligência. E a declaração do IR de 2025 pode, e deve, ser o ponto de partida para isso.
Transforme a frustração em ação
Você entregou a declaração, e talvez não esteja plenamente satisfeita com o resultado. Mas isso não precisa se repetir.
Usar os próximos meses para organizar suas finanças, suas notas e sua atuação como psicóloga é o que vai permitir uma virada em 2026. E não só na declaração do IR, mas em toda a sua estrutura profissional.
Se quiser caminhar de forma mais segura e sem sobrecarga, saiba que você não precisa fazer isso sozinha. A EFIZ tem acompanhado psicólogas em todas as etapas dessa jornada: da organização pessoal ao planejamento tributário completo.
E tudo com linguagem acessível, empatia pela sua rotina e foco no que realmente importa: colocar você no controle da sua profissão e da sua renda.
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